terça-feira, 6 de maio de 2008

Síntese da Avaliação do material local, bioconstrução, permacultura, licenças Ambientais

TERRASolo local argiloso inadequado para prensagem a seco como Taipa-de-pilão e Bloco de Terra Comprimida (tijolo ecológico). Também é inadequada a estabilização com cimento.Para efetuar confecção de parede por processo de Taipa-de-pilão, será necessário “construir” um solo com propriedades granulométricas mais apropriada. Ou seja, é necessário adicionar material como areia.O solo local, além de argiloso é úmido. Portanto adequado para a confecção de paredes de adobe e de taipa de mão.É unânime entre os especialistas (incluindo Dr. Gernot Minke, que foi consultado por nós) considerar o adobe mais durável que a taipa de mão, e portanto mais adequada para este projeto. O adobe é um elemento maciço. Pode ser mecanizado e se tornar produtivo.A taipa-de-mão é formado por dois materiais diferentes: madeira e terra. Madeira e terra possuem dilatações térmicas diferentes. A madeira é um elemento que atrai insetos e fungos. Pode ser tratada, mas é um complicador a mais.Reflitam, se o processo produtivo do adobe for mecanizado, o preço do tijolo cru NÃO SERÁ SUPERIOR ao do tijolo cozido. O tijolo cozido demanda o mesmo número de pessoas em sua produção, consome frete para o transporte de barro até a fábrica, tem o custo do barro, tem a queima à 1000oC (alto consumo de combustível), ainda tem o frete para a revenda, o lucro da revenda e depois o frete da revenda até o local.O tijolo cru pode ser feito com solo local, mão-de-obra local, sem queima, sem intermediários, sem frete. Temos o custo estimado de produção do adobe, convencional e taipa de mão no estudo que está com a Tatiana.O solo pode ser obtido de escavações para os biodigestores e para reservatórios de água (cisternas), piscina.Não podemos usar solo cinza ou preto.
MADEIRAA madeira local PODE ser usada em componentes de grau de risco 1, 2 e 3, com tratamento simplificado por pincelamento, imersão ou aspersão. É necessária a secagem adequada da madeira.A madeira usada em componentes com grau de risco 4 e 5 demanda tratamento em autoclave (pressão) ou uso de madeira com durabilidade natural (madeira de lei). Tem que ser COMPRADA.Não se esqueçam do seguinte:- Madeira tratada com CCA deve ser usada nas estruturas e em ambientes externos da edificação. Em ambientes internos aquecidos, o Arsênio do CCA pode ser liberado para o ar. PERIGOSO!- Madeira tratada com CCB pode ser usada em ambientes internos, mas não em ambientes externos onde a chuva pode lavar (lixiviamento). Para estruturas isto é critico.Toda madeira demanda manutenção. O projeto e o cliente devem estar conscientes disto.Os CUIDADOS MAIS IMPORTANTES EM PROJETOS COM MADEIRAS:- Dimensionar adequadamente os componentes estruturais.- Dificultar o acesso da água e da umidade, impedir acúmulo de água, promover rápida drenagem.- Não enterrar madeira no solo e evitar enterrá-la em concreto- Facilitar a ventilação das peças.- Impedir acúmulo de poeira, lixo, etc.- Proteger as pontas.
LICENÇAS AMBIENTAISA ausência de licença ambiental, independentemente da atividade estar ou não causando danos efetivos ao meio ambiente, caracteriza a prática de CRIME AMBIENTAL, além de sujeitar o infrator a penalidades administrativas, tais como multas e interdição de suas atividades (EMBARGO DA OBRA).É necessário tirar as seguintes licenças: 1. Licença Prévia (LP): antes da obra, durante o planejamento.2. Licença de Implantação (LI): para iniciar as obras.3. Licença de Operação (LO): para iniciar o funcionamento do empreendimento.É bom se preocuparem com isto, pois já estão construindo o empreendimento sem LP e sem LI. Tem mais um detalhe. A fazenda Morros Verdes está dentro da APA – Área de Proteção Ambiental – de Itupararanga, o que se traduz em maior necessidade de cuidado com a implantação.ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE (APPs)A lei estabele como APPs: as margens de rios, lagos e nascentes; o terço superior dos morros; as áreas com inclinação maior ou igual a 100% (45ª); e linhas de cumeada (divisores de águas).Nas APPs não podem haver edificações. Porém, pode-se tentar negociar com os órgãos ambientais algumas ocupações de baixo impacto ambiental dentro de APPs.Estamos trabalhando para plotar as APPs no mapa do Shibuya. Vocês já tem o esboço das áreas.
PERMACULTURANaturalmente, o planejamento permacultural é muito mais importante para o cliente do que para o consórcio arquiteto/construtor. Isto porque a permacultura não trata apenas do momento presente, mas estabelece diretrizes para o futuro.Nem tivemos tempo de tocar neste assunto na reunião. Podemos dizer: O sistema tem entradas e saídas. Se as entradas não forem supridas automaticamente, elas demandam trabalho e custo.Se as saídas não forem absorvidas pelo sistema, vão provocar poluição.Vamos conversar sobre isto com Tati, Alessandra, Denise e Júlia.
POTENCIAL ENERGÉTICOTati escaneou mapa dos potenciais. Áreas em amarelo = potencial solar.Áreas em verde = biomassa para energia.Áreas em azul = potencial hidráulico.Áreas em vermelho = potencial eólico.As áreas de implantação dos chalés não coincidem com o potencial solar. Isto significa que estas áreas tem menor disponibilidade de energia solar para aquecimento de água, de ambientes e produção de eletricidade fotovoltaica quando comparadas com as áreas em amarelo. Isto não inviabiliza a ocupação da área escolhida, apenas tem reduzida a energia solar.Atenciosamente,Adriana PinattiMSc. Engenheira de Materiais - PermacultoraMárcio MoreiraArquiteto e Urbanista – Designer – Permacultor